Tragédia em Mariana já é considerada o maior desastre ambiental de MG

Dilma vai delegar a Samarco os custos com tragédia em Mariana

Mais de 500 pessoas ficaram desabrigadas nos distritos atingidos pela lama.
Centro de Sismologia da USP registrou série de tremores na região

Vinte e uma pessoas de tragédia em Mariana continuam desaparecidas

Seis dias depois do rompimento das barragens da mineradora Samarco, a empresa foi obrigada a alugar casas para as 183 famílias desabrigadas

O que era o distrito de Bento Rodrigues ficou registrado nas imagens do satélite. Agora, o cenário é de destruição.

Quase uma semana depois do rompimento das barragens que provocou uma avalanche de lama, ainda não se sabe a causa da tragédia. Até agora, quatro corpos foram identificados: de três trabalhadores da empresa e uma criança que morava no distrito.

O prefeito de Mariana, Duarte Junior (PPS) se reuniu na manhã desta quarta-feira (11) com representantes da Samarco Mineração. Segundo ele, pelo menos R$ 100 milhões serão necessários para amenizar os impactos ambientais e fazer obras de infraestrutura. A preocupação dele é que a partir de janeiro a arrecadação do município terá uma queda de 30%, já que as atividades da Samarco foram suspensas até a apuração do acidente. Ele quer que a empresa ajude com as despesas do município.

“Que a empresa assuma sua responsabilidade e mantenha o repasse de recurso que o município vai perder devido a essa tragédia; 80% da minha arrecadação advém da mineração. Se eu aqui defender que deva parar a mineração em Mariana, eu estou defendendo que a minha cidade pare de funcionar”, disse o prefeito.

Por determinação do Ministério Público, a Samarco está alugando 140 imóveis para abrigar as famílias. Elas devem começar a ser ouvidas pela empresa para que sejam instaladas até sexta-feira (13) nas novas casas. 

São 183 famílias em hotéis. Um hotel no centro de Mariana estava fechado para reforma, mas a dona resolveu adiar e receber os desabrigados dos distritos atingidos.

Para evitar um novo acidente, a terceira barragem da Samarco em Mariana está passando por uma intervenção. Ela já atingiu a capacidade máxima de armazenamento de rejeitos. E, segundo os bombeiros, também corre risco de se romper.

Reflexo na região
A tragédia em Mariana já compromete o abastecimento de água em cinco cidades mineiras que dependem do Rio Doce. A situação é mais grave em Governador Valadares, no leste do estado, que já decretou estado de calamidade.