quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Saiba qual é 'mágica' por trás de uma autêntica capa da invisibilidade

O fenômeno acontece quando o material consegue "confundir" a luz e refleti-la em apenas uma direção

CEV

A capa da edição da prestigiada revista Science dessa semana trouxe um artigo que revela como cinco físicos americanos conseguiram criar uma microscópica, mas verdadeira, capa da invisibilidade. Após dez anos de pesquisas, o time comandado por Xiang Zhang, pesquisador da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, conseguiu ocultar sob um manto ultrafino (cerca de 1.000 vezes mais fino que um fio de cabelo) objetos do tamanho de células. De acordo com os autores do estudo, esse é apenas o início: em um futuro próximo, o material poderá ter dimensões bem maiores. O princípio, segundo Zhang, poderia funcionar para ocultar objetos bem maiores - uma pessoa, talvez, como o bruxo Harry Potter que fica camuflado sob uma capa da invisibilidade nos filmes da ficção.
Mecânica do invisível
Pelo menos desde o início dos anos 2000, físicos de todo o mundo pesquisam uma forma de criar uma substância capaz de esconder objetos sob a luz do dia e trazer para a realidade a capa da invisibilidade. Em 2006, o físico John Pendry, do Imperial College London, no Reino Unido, formulou a teoria que poderia originar a primeira capa da invisibilidade real, em um artigo na revista Science. Para isso, a substância capaz de tornar objetos invisíveis deve ter propriedades que não são encontradas na natureza, uma área científica conhecida como a dos metamateriais.
Em linhas gerais, a "mágica" que essas substâncias fazem é manipular as ondas luminosas para que elas não sejam captadas pelo olho humano. Para um objeto ser visível, ele recebe feixes de luz contínuos que são refletidos e espalhados em várias direções - e assim vistos pelo olho humano. Ao menos em teoria, para um objeto ser invisível, bastaria fazer os feixes refletidos seguirem um único sentido. É isso que os cientistas tentam fazer, usando dispositivos microscópicos, na escala dos milésimos de milímetro, menores que o comprimento de onda luminoso. Eles conseguem confundir as ondas de luz que, em vez de serem espalhadas, seguem uma única direção e, assim, não são captadas por nossos olhos.

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