quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Afetadas pela escassez de água, indústrias já avaliam parar produção

Falta de água pode paralisar a produção do setor industrial de São Paulo 
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  • Indústria de São Paulo sofre os efeitos da crise hídrica. / DIVULGAÇÃo
    A indústria de São Paulo, cuja atividade de janeiro a junho caiu 8,7%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atravessa também o pior momento da crise hídrica. “Estamos chegando no fundo do poço e se os reservatórios, tanto o Alto Tietê como o Cantareira, não se recuperarem a prioridade absoluta vai ser o abastecimento humano, e aí vamos ter que parar a produção”, alerta a gerente do Departamento de Meio Ambiente, daFederação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Anicia Pio. O setor, que consome 10% da água disponibilizada na região metropolitana, foi obrigado a reduzir em 30% a captação do insumo em Campinas na terça-feira (18) e prepara-se para novas restrições nas regiões abastecidas pela Bacia do Alto Tietê, onde o governador Geraldo Alckmin, depois de ano e meio de crise, acabou de reconhecer oficialmente a gravidade do cenário abrindo assim a possibilidade de suspender captações de água do setor privado, tanto da agricultura como da indústria.
    Com duas crises avançando de mãos dadas sobre o setor, a Fiesp diz não ter como calcular os efeitos de uma, a econômica, e de outra, a hídrica, mas Pio destaca o aumento do orçamento dedicado pelas empresas para garantir a qualidade do insumo. “A água captada nos rios piorou muito, a vazão se reduz e os poluentes acabam se concentrando. Temos casos de indústrias que gastam dez vezes mais do que gastavam antes para tratar essa água”, relata a gerente. A necessidade de investir mais em tratamento, no entanto, não é exclusiva de indústrias que precisam de água potável no seu processo produtivo, como a de bebidas, farmacêuticas ou a alimentar. “A água é tão ruim que qualquer indústria precisa de um tratamento para que fique em condições, da indústria de vidros à metalúrgica”, completa.
    Embora calcular o impacto econômico do desabastecimento em São Paulo é difícil, Pio relata os efeitos sofridos pela indústria, responsável por 25% do PIB do Estado, em um cenário de abastecimento incerto. “Há empresas que mudaram de região e outras que não se instalaram. Houve quem decidiu transferir os investimentos dedicados na região para outras. Ninguém mais quer se instalar nestas bacias porque não conseguem licenciamento ambiental [para a captação de água], e nas empresas localizadas em regiões críticas [as abastecidas pelo Cantareira e o Alto Tietê, principalmente] pesa um item de segurança na hora de pedir financiamento: o sistema financeiro vê mais risco nelas. No final, essas regiões, não recebem nenhum novo investimento ao não ser que a produção não dependa de água”, relata Pio

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