terça-feira, 30 de junho de 2015

Piratas modernos são atraídos pela grande movimentação econômica nos mares


A recente onda de ataques piratas na região da costa da Somália e do golfo de Aden, uma das mais importantes rotas marítimas do mundo, já preocupa as empresas do setor marítimo, e pode gerar prejuízos. A economista Maria Helena Carbone, diretora da área marítima da consultoria de riscos norte-americana Aon, fala sobre o atual fenômeno.
- Quando mais ou menos a pirataria moderna começou? No fundo, a pirataria nunca desapareceu. A considerada era de ouro ocorreu entre 1650 e 1720. Depois, com o final da Guerra Fria e a redução do patrulhamento de algumas áreas, a pirataria dos mares voltou a crescer de forma mais organizada. Os ataques dos bucaneiros tiveram outro ponto alto em 2000, quando a Somália ainda não representava uma área de risco tão acentuada. Desde 2004, os relatos de ataques de pirataria vinham declinando, mas com o aquecimento do comércio marítimo internacional, a escalada de ataques mais uma vez voltou a crescer, agora de forma impressionante, a despeito do maior desenvolvimento dos processos de combate e vigilância.
- Por que voltamos a lidar com um crime tão antigo? O mundo viu recentemente uma movimentação econômica extraordinária, e parte expressiva dessa movimentação vem sendo feita pelos mares. Várias destas viagens ocorrem via canais ou outros tipos de passagens que propiciam os ataques por piratas. 
Que tipo de embarcações são mais atacadas? 
A princípio, todas as embarcações são alvos potenciais para ataques de piratas. Os piratas organizados da atualidade não visam o roubo de carga, mas sim a detenção da embarcação com a obtenção de pagamento de resgate. É mais fácil e rápido lidar com dinheiro do que com algum tipo de carga ou navio que poderia ser rastreado com maior facilidade. O principal alvo é o resgate. É evidente que navios com menor velocidade, menor tripulação, ou até embarcações de lazer como iates poderão ser presas mais simples de atacar e obter êxito. Cada embarcação representa para os piratas um potencial de cerca de 1 milhão de dólares de resgate. 

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